Hallstatt: Aldeia de Contos de Fadas no Interior da Áustria

25/09/2013

Acordamos às 10h e após nos arrumarmos fomos tomar café da manhã no Cafe Schiebel mais uma vez (a cidade só tem 3 cafés). Comemos um misto, uma porção de ovos com torradas, 2 sucos de laranja e 2 expressos, por 15,70 €. 

Normalmente eu faço os roteiros das nossas viagens, mas dessa vez a parte da Áustria e Alemanha ficou a cargo do Lú. Eu fiz somente dois pedidos para esse roteiro, e esse era o dia de visitarmos o primeiro deles. De estômago forrado partimos para conhecer Hallstatt.

Vi essa cidade em uma comunidade do facebook chamada Lugares que eu Gostaria de Ir, onde fico sonhando com as minhas próximas viagens. Por coincidência em maio, quando estávamos montando o roteiro da nossa viagem, recebi essa foto:

Imediatamente encaminhei para o Lú e pedi pra incluir no nosso roteiro. Por sorte (esse excesso de sorte ou coincidências eu costumo chamar de destino) ficava a apenas 71km de Sankt Johann.

Optamos por fazer esse caminho mais curto de 71km que não passava por autobahns, só por estradinhas secundárias, apostando que teríamos paisagens mais bonitas pelo caminho. Bingo! 

E chegando a Hallstatt, descobrimos que ela é tudo isso que está na foto e muito, muito, muito mais! Até então, tudo o que conhecíamos da cidade era aquela foto. Fomos atrás dessa aldeia pitoresca na beira de um lago e além dela encontramos montanhas com estações de esqui que nos proporcionaram as mais belas paisagens dessa viagem.

Hallstatt é mais um dos 9 Patrimônios Mundiais da Humanidade localizados na Áustria e seguramente é um dos lugares mais bonitos que eu já conheci. Quando chegamos lá, a primeira surpresa: vimos que não era apenas uma aldeia na beira de um lago, mas uma aldeia encravada em um vale cercado de montanhas. 

Para entender melhor a situação e o porque da surpresa, mostro abaixo um mapa da região. Essa é uma região realmente escondida, para chegarmos a esse vale precisamos atravessar um túnel de 2km de extensão. Só quando chegamos do outro lado do túnel, temos a visão do vale, do lago e das montanhas. Hallstatt é uma aldeiazinha que mal aparece no canto inferior direito do mapa, na beira do lago, dentro do círculo azul. 

Quando vimos a beleza do lugar, fomos procurar uma maneira de explorar a região. Encontramos um posto de atendimento ao turista que tinha uns mapas e pegamos um (esse que está aí acima). Decidimos subir logo a montanha para aproveitar a luz do sol e a temperatura mais quente e deixamos para explorar Hallstatt no final da tarde.

Pegamos a estradinha branca que sai de Hallstatt e segue margeando o lago, passamos por outro túnel (esse bem menor) e chegamos à base do teleférico. Nesse ponto tem um grande estacionamento, indicado no mapa, e um ponto de apoio com uma lanchonete e banheiros.

Estacionamento

Aproveitei que o estacionamento estava quase vazio, pra brincar um pouquinho com o carro

Ok, podem me julgar...

Ponto de apoio, de onde parte o teleférico

Primeira etapa da subida. Dá pra ver o estacionamento, lá embaixo.

Segunda etapa da subida. Essa leva até o ponto dentro do círculo verde do mapa.

A partir desse ponto, tínhamos que seguir a pé até o círculo vermelho, onde fica o mirante 5 fingers.

A caminho dos 5 fingers

Finalmente, chegamos aos 5 fingers. São 5 passarelas com estrutura metálica e chão de vidro, projetadas na beira da montanha, sobre o precipício. É somente para os fortes...

Na beira de um dos dedos

Agora com menos zoom, pra dar uma noção da situação

Reparem que no final da primeira passarela tem uma moldura. Os fortes param antes dessa moldura. Os ninjas devem passar por baixo da moldura e ficar entre ela e a beira da passarela, pra tirar uma foto como essa:

A vista que se tem desse local é maravilhosa! É uma pena que as fotos não consigam transmitir toda a grandiosidade do lugar.

Hallstatt é o vilarejo que está à esquerda, perto de onde tem uma sombra no lago

Subida de volta ao ponto de apoio, pra pegar o teleférico

Apesar do esforço da subida e do dia claro, estava fazendo frio

Na volta para o carro, um registro do local onde estávamos. O mirante 5 fingers fica no alto da montanha da direita.

No retorno para Hallstatt paramos na beira do lago pra fazer umas fotos do local

Na aldeia, paramos o carro em um estacionamento e fomos explorar a pé. O lugar é lindo, formado por uma única rua que fica entre uma montanha e o lago. Essa rua é cheia de chalezinhos charmosos, a maioria deles funcionando como pousadas ou lojinhas.

Alguns ficam encravados na montanha

No meio do caminho, um monumento aos cidadãos de Hallstatt que se alistaram como soldados e morreram na primeira ou na segunda guerra. Como a cidade é muito pequena, foi possível listar os nomes de todos eles. Essa foi a minha primeira visita à Àustria e à Alemanha e me fez refletir bastante sobre as guerras (principalmente a segunda) e o outro lado da história. Aqueles que eu estava acostumada a pensar sempre como "o inimigo", como se fossem apenas um exército de robôs a serviço de Hitler e do III Reich, agora estavam tomando forma humana, com suas histórias, suas famílias, seus filhos... 

Continuamos a exploração da cidade. Em um trecho a montanha faz um recuo, permitindo a formação de duas pracinhas com uma rua entre elas.

Paramos na segunda pracinha às 17:30h para almoçar. Escolhemos dois hot dogs, um com salsicha comum e outro com uma salsicha branca, que como quase tudo por lá tem um nome impronunciável (acho que se escreve bratwurst), uma porção de batatas fritas e uma coca, por 9,00 €.

A fome estava grande, só lembrei de tirar foto quando já estavam pela metade

Retornando para o carro

Ao fundo, a igrejinha da praça onde almoçamos (acho que é a mesma da 1.ª foto)

Certeza que a metade superior dessa casa é feita de palitos de chocolate, e foi nela que os Irmãos Grimm se inspiraram pra escrever João e Maria.

Pegamos a estrada de volta para Sankt Johann, dessa vez com a capota levantada e sem fotos.  :-)

Fomos direto para o hotel, tomamos um banho e encomendamos uma pizza no restaurante italiano do hotel. Quando ficou pronta, nos avisaram e o Lú foi buscar pra comermos no quarto. Ele aproveitou e trouxe também um apfelstrudel para a sobremesa.

Abrimos mais um vinho que trouxemos da Bordeauxthèque, esse era mais encorpado e tinha um toque de especiarias, custou 8,90 €.

Esse hotel tinha um serviço de lavanderia self-service, que ficava no mesmo andar do nosso quarto, então depois do jantar aproveitamos pra colocar algumas roupas pra lavar. Nessa área de lavanderia, além das lavadoras e uma secadora, tinham ferros e locais para passar roupa. Fantástico! Renovamos nosso guarda-roupa para os 12 dias de viagem restantes.

FOTOS: Aloísio Dourado