quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Amado, não é difícil entender esse nome!


19/12/2013

Voltando da Praia do Forte, decidimos ir conhecer o Amado, restaurante premiado de Salvador e que por uma falha de planejamento eu ainda não conhecia. Posso adiantar uma coisa: falha gravíssima, que tratarei de reparar fazendo muitas visitas a esse lugar, pra compensar. O Amado do restaurante é uma referência ao Jorge, mas poderia facilmente se referir ao sentimento que nutrimos por ele.

Por fora o lugar não conquista, ficamos até na dúvida se era ali mesmo que funcionava o restaurante. O Amado funciona em um antigo trapiche, que visto da rua é um enorme galpão alaranjado, sem janelas, com o nome do restaurante em uma parede lateral. Só acreditei que era ali quando vi um sombreiro com um manobrista, ainda sem ver a porta de entrada.


Para entrar é preciso pegar esse acesso lateral, mas não há nenhuma indicação

Paramos no manobrista e ele nos informou que o estacionamento do restaurante estava vazio e podíamos estacionar o carro nós mesmos. Não há lugar para estacionar na rua, a única opção é parar nesse estacionamento do restaurante. 

A entrada do restaurante fica na lateral oposta, em frente ao estacionamento

Logo na entrada fica o bar, com um enorme balcão de madeira e cadeiras confortáveis

O restaurante tem uma área interna climatizada com paredes de pedra, plantas, esculturas e detalhes em madeira. A iluminação é suave, criando um ambiente agradável e aconchegante.




E uma varanda coberta, à beira da Baía de Todos os Santos

Optamos pela varanda pra ficar ouvindo o barulho das ondas e aproveitando a brisa.


Só o ambiente já valeria a ida ao restaurante, mas o melhor ainda estava por vir. O cardápio tem váááárias opções que me interessaram, de entradas, pratos principais e sobremesas, o que significa que preciso voltar lá outras vezes para provar outras opções.

A carta de vinhos é extensa, mas os preços são altos, existem poucas opções a preços razoáveis. Resolvemos começar provando o couvert da casa e escolhemos um Malbec Rosé pra acompanhar.



O couvert é composto de pães artesanais, que são servidos e repostos nos pratinhos individuais com frequência, garantindo que você sempre vai comer um pão quentinho, manteiga, patê de gorgonzola, ricota com pesto de manjericão, anchovas marinadas, caponata de berinjela, pepinos japoneses e azeite. Destaque para as anchovas e a ricota temperada, ambos deliciosos.


A escolha dos pratos principais foi uma tarefa muito difícil, a vontade que eu tinha era escolher um mix de uns três ou quatro. Acabamos optando por medalhões de filé para o Lucas, camarão para o Lú e peixe pra mim.

Os medalhões de filé vieram com molho de vinho branco, batatas salteadas, cebolas caramelizadas, shitake e espinafre. Aqui vai uma crítica, o garçom não perguntou o ponto da carne. Veio ao ponto, por sorte era como o Lucas gostava.

A carne estava macia, o molho encorpado e saboroso e os acompanhamentos no ponto certo. O Lucas adorou a cebola caramelizada.


O camarão escolhido pelo Lú era ao molho de gorgonzola e pistache, com purê de mandioquinha e espinafre. Os camarões eram graúdos, mas vieram somente seis. Para um prato principal composto somente de camarões achei pouco. O molho estava muito bom, sem ser enjoativo, o que infelizmente ocorre com alguma frequência em molhos à base de gorgonzola, por ter o sabor muito forte. Ponto pra eles.



Mas o campeão da noite foi o prato que eu escolhi. Uma pescada amarela em crosta de castanha de cajú, servida em uma cama de caruru, com purê de banana da terra e arroz selvagem. A crosta de castanha deu uma textura especial ao peixe, que combinou perfeitamente com o caruru. O sabor adocicado da banana da terra fez o contraponto. Não sou muito fã de arroz, acho uma coisa meio sem graça, esse estava gostoso mas acabei deixando no prato, até porque achei desnecessário ao conjunto. Poderia ter vindo mais um pouco do purê de banana e dispensado o arroz.

Esse prato me causou um sério problema e bagunçou o meu planejamento. A ideia era voltar lá pra experimentar outras opções do cardápio, mas desde aquela noite sonho com essa pescada amarela e esse purê de banana...


Pra sobremesa, o Lucas escolheu banana flambada em cointreau com sorvete de canela. Estava boa, mas acho que ficaria melhor se tivesse um pouco mais de calda.
 

Eu escolhi cheesecake do sertão, feito com queijo de cabra, cobertura de vinagre balsâmico e recheio de calda de umbu. Pense numa coisa boa...



O expresso veio acompanhado por trufas e madeleines. Até o Lucas, que não pediu expresso, ganhou os mimos também! Quem me acompanha sabe que esse quesito pra mim é importantíssimo, acho uma falha grave servirem expresso sem um mimo, nem que seja uma raspinha de laranja.


O serviço foi bom, os garçons são atenciosos e o atendimento é rápido.

Na saída tivemos a ingrata surpresa de ver que nos cobraram 15 reais pelo estacionamento, mesmo tendo estacionado o carro nós mesmos, sem utilizar o serviço de manobrista (por sugestão dele). Desnecessário! E se iam cobrar o serviço de qualquer maneira, porque o manobrista falou pra estacionarmos nós mesmos? Tem certas coisas que são difíceis de entender, como um restaurante tão bom peca numa bobagem dessas?

O valor da conta foi 150 reais por pessoa. Achei justo, valeu cada centavo. Já pagamos valores mais altos em locais que não tinham qualidade e saímos com o sentimento de termos sido lesados. Esse não foi o sentimento que levamos ao sair do Amado (mesmo com o deslize do estacionamento).

Se eu recomendo? Definitivamente sim! Se voltarei lá? Certamente!

Endereço: Av. Lafayete Coutinho (Contorno),  660. Fica entre a Bahia Marina e o Porto Trapiche.

Nenhum comentário:

Postar um comentário