quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Paris: Notre Dame, Quartier Latin, Hôtel des Invalides, Arco do Triunfo e Torre Eiffel

22/09/2013

Au Revoir Paris: Paris Vu du Ciel

O nosso último dia em Paris já começou com gostinho de quero mais. O clima de despedida estava no ar, e resolvemos nos despedir em grande estilo. Já estava reservada para esse dia uma visão panorâmica de Paris do alto da torre, pra guardar na memória.

Saímos do hotel às 09:15h, pois tínhamos um compromisso imperdível: missa na Notre Dame com canto gregoriano. A missa começava às 10h, mas queríamos chegar cedo pra conseguir um lugar. Chegamos às 09:30h e conseguimos nos sentar num ótimo lugar.

A missa foi linda e emocionante! Inesquecível a sensação que causou a luz filtrada pelos vitrais e os sons do belíssimo órgão e do canto dos monges. Os cantos eram em latim, e a missa rezada em francês, mas no folheto as leituras estavam em francês, inglês, alemão e italiano. Além disso, o ritual é rigorosamente o mesmo (claro!) então foi possível acompanhar toda a celebração, inclusive participando das respostas.  :-)

Igreja cheia. Destaque para o órgão, abaixo do vitral da entrada.

Após a missa, tomamos um café em frente à igreja nos preparando pra enfrentar o primeiro desafio do dia: subir a torre da Notre Dame. Até esse momento ainda não tínhamos decidido se iríamos, porque lemos em vários blogs que a subida é exaustiva, claustrofóbica, uma vez que você inicia não tem como voltar porque tem uma fila de gente atrás de você e não pode parar no meio da subida pra descansar. Mas achamos que se não subíssemos iríamos nos arrepender. Eu morria de vontade de ver as gárgulas de perto.

A subida é paga (inclusa no Museum Pass) e normalmente tem fila. A entrada para a torre fica na parede externa da catedral, na lateral à esquerda de quem está de frente pra fachada. Entramos na fila às 11:30h e esperamos cerca de 1h pra começar a subir.

São 387 degraus, mas não é tão difícil assim. Vamos entender direitinho como funciona essa subida e desmentir algumas lendas.
  - A subida é exaustiva: meia verdade. Embora sejam 387 degraus, não subimos todos de uma vez, são 3 etapas. Eu diria que é cansativa, mas possível de ser vencida pela maioria das pessoas. Vi inclusive algumas pessoas idosas subindo.
  - A subida é claustrofóbica: meia verdade. De fato a torre é estreita, então a escada em espiral também é estreita, mas existem janelas sim, a intervalos regulares. Tirei foto pra provar.


  - Uma vez que você inicia não tem como voltar, porque tem uma fila de gente atrás de você: verdade, mas dá pra descansar.
  - Não pode parar no meio da subida pra descansar. Fake news! Além das paradas programadas, você pode parar durante a subida dos degraus e deixar os demais passarem ao seu lado. Várias pessoas fizeram isso quando eu estava subindo e não houve problema, é só parar nos degraus mais larguinhos, próximos às janelas, como esse que se vê na foto.

A primeira etapa da subida é composta por 82 degraus e leva a uma lojinha. Nesse local há inclusive lugares para sentar e descansar as pernas antes de continuar a jornada. É o ponto marcado com o número 2 em amarelo, na foto abaixo. O número 1 amarelo é a entrada.


Depois da lojinha, são 181 degraus até a segunda parada, na galerie des chimères (sacada acima do ponto 3 preto na figura acima), onde ficam as gárgulas e quimeras. As gárgulas são figuras monstruosas que funcionam como calhas, já as quimeras são esculturas similares às gárgulas que não funcionam como calhas e tem apenas funções ornamentais. Embora Notre Dame possua também gárgulas, suas esculturas de pedra mais famosas são as quimeras (mas que popularmente são conhecidas como gárgulas).

A mais famosa das quimeras é Le Styge, que parece estar admirando a cidade.

Adorei a experiência de ver as quimeras e gárgulas de perto e poder tocá-las.




Essas são as verdadeiras gárgulas de Notre Dame




Desse local, além das gárgulas temos uma vista linda de Paris com a igreja de Saint-Sulpice, Les Invalides, a Torre Eiffel e o distrito de La Défense se destacando na paisagem.

Após essa parada, finalmente subimos mais 124 degraus até o topo (ponto 1 preto). Deveria haver uma parda anterior no ponto 2 preto, pra apreciarmos o sino Emanuel, mas esse ponto estava fechado para reformas.

Do alto da torre sul da catedral, podemos ver a galeria das quimeras, onde fizemos a 2a parada.

A melhor visão que temos a partir desse ponto, além do Sena, é a própria Notre Dame, vista de outros ângulos.

Nave principal, transepto e pináculo vistos do alto. As figuras verdes são os apóstolos.

Aproveito para deixar um conselho. Se quiser conhecer as quimeras e gárgulas, não suba em noites de lua cheia, pois nessas noites as torres estarão vazias. Segundo a lenda, são as noites em que esses seres de pedra ganham vida e saem pra passear às margens do Sena.

Ao final da visita, a descida foi muito tranquila. Quando chegamos à praça já eram quase 14h e a subida tinha nos aberto o apetite. Como tínhamos decidido que íamos passear pela Rive Gauche, nos dirigimos ao Quartier Latin pra procurar um lugar pra almoçar. Esse é o bairro dos estudantes, onde fica a Sorbonne. É bem mais agitado, totalmente diferente dos bairros da margem direita, mais elegantes e refinados.

No caminho para o Quartier Latin, passamos pela Shakespeare and Company, uma charmosa livraria fundada em 1919, que foi cenário de alguns filmes, entre eles, Meia Noite em Paris.



Escolhemos um bistrô chamado Le Latin St Jacques, que trabalha no sistema de fórmula, a 15,00 €, com entrada, prato principal e sobremesa. De entrada o Lu escolheu escargots e eu escolhi moles (mariscos).
Escargots

Moles

Me arrependi de ter escolhido os mariscos. Não estavam ruins, mas os escargots estavam maravilhosos. Foi a primeira vez que comemos, e adoramos! A aparência é muito feia, mas o sabor é magnífico!






Como prato principal fomos de filet ao poivre e confit de canard. O filé estava macio e bem temperado, mas o confit deixou a desejar. Estava ressecado e sem gosto...





 Para sobremesa, escolhemos creme brulée e crepe au chocolat. Mais uma vez não demos sorte, o creme brulée estava duro, com a consistência de um flan. O crepe estava somente OK.









Pra acompanhar, uma garrafa (500ml) do vinho da casa, por 12,00 €. 

Mesmo não tendo dado muita sorte em um dos pratos e na sobremesa, achamos que foi uma refeição que valeu a pena, especialmente pelos escargots.  :-)






Caminhamos um pouco pelas ruas do Quartier Latin pra fazer a digestão


Pegamos o metrô na estação Cluny-La Sorbonne com destino a Les Invalides.


                                                        Arte na estação de metrô

O Hôtel des Invalides (Palácio dos Inválidos) foi construído no século XVII, a mando de Luís XIV, para abrigar os soldados do exército francês que ficaram inválidos devido a ferimentos sofridos em batalhas. Atualmente esse complexo abriga os túmulos de algumas personalidades ilustres, entre elas Napoleão Bonaparte. Esses palácios são também sede de alguns museus, sendo o Musée de L´Armée (museu do exército) o mais famoso deles. A entrada desse museu é paga, e está inclusa no Museum Pass.

Pátio externo do complexo de palácios, com algumas peças de artilharia do museu.

Entrada principal 

Primeiro prédio, que ainda abriga um hospital do exército.

Pátio interno, com mais algumas peças de artilharia. Ao fundo, a cúpula dourada da igreja de Saint Louis, sob a qual encontra-se o túmulo de Napoleão.

O museu é dividido em várias seções, do séc XIII ao XVII; de Luís XIV a Napoleão III; as duas guerras mundiais e uma seção só sobre Charles de Gaulle. Como o nosso tempo era limitado, escolhemos duas seções para visitar, a da Europa Medieval e a das Guerras Mundiais.

Armaduras medievais

Até as crianças usavam armaduras

Canhão da 1a Guerra

Maquete das trincheiras e da Terra de Ninguém - 1a guerra

Saindo do museu, fomos à torre Eiffel, pois eu achava que tinha comprado os ingressos para subir às 17:30h. Tinha tanta certeza disso que nem conferi. Só quando chegamos lá vi que na verdade os ingressos eram pra 21:30h. Aproveitamos para passear um pouco nos arredores da torre, e tirar mais algumas fotos.

Como teríamos que esperar 4h até o horário dos nossos ingressos, e já que o tema do dia era Paris do Alto, resolvemos subir em outro monumento, que até então só tínhamos visto de baixo. Afinal, o que são mais 284 degraus, pra quem já subiu 387?

O que é o que é, um pontinho laranja no meio do arco do triunfo?

Para chegar ao arco do triunfo, você deve pegar uma passagem subterrânea que fica do lado direito do arco (vindo da Champs-Élysées). Não tente atravessar a praça que circunda o arco a pé, em nenhuma hipótese.

Arco do triunfo possui 50m de altura

Na frente do arco encontra-se o túmulo do soldado desconhecido, homenagem a todos os soldados mortos durante a 1a Guerra.

É preciso pagar para subir o arco, ou utilizar o Museum Pass. A subida tem 284 degraus e também é feita por uma escada em espiral. Essa sim, não possui janelas e é mais estreita que a da torre da Notre Dame, dificultando a parada no meio do caminho. Mas nem senti a subida, acho que os meus pés já estavam dormentes. Tem um elevador, mas só pode ser utilizado por idosos, gestantes ou pessoas com problemas de locomoção.

Se tiver que escolher somente um lugar para ver Paris do alto, escolha o Arco do Triunfo. Pra mim é a vista mais bonita, com as suas 12 avenidas formando uma estrela, sendo uma delas a Champs-Élysées. Imperdível!

Av. de la Grande-Armée, com o Arco de La Defense ao fundo, perfeitamente alinhado com o Arco do Triunfo.

Champs-Élysées com o Obelisco e o Louvre ao fundo


Após descermos o arco, tiramos outras fotos, aproveitando a luz do final do dia

Pegamos o metrô de volta para o Trocadero, e compramos um lanche na própria estação de metrô: 1 donut, 1 muffin e 1 refrigerante (6,20 €).

A subida da torre foi tranquila (ufa, tem elevador!!!). É preciso pagar e o ingresso não está incluso no Museum Pass, tem que ser comprado à parte, no site oficial, com bastante antecedência. Para aqueles que não compraram, a opção é enfrentar a fila imensa para comprar na hora. Existem dois tipos de ingresso, o primeiro leva somente ao 2.º andar e o segundo leva ao topo. Os que vão ao topo tem que descer do elevador no 2.º andar (o primeiro elevador vai até aí) e pegar outro elevador que leva desse ponto ao topo.

A vista do 2.º andar é mais bonita que a do topo, porque o topo é muito alto e os monumentos ficam pequenos demais, quase não dá pra distingui-los.

Arco do Triunfo visto a partir do 2.º andar da Torre Eiffel

École Militaire vista a partir do topo da Torre Eiffel

Quando descemos a Torre, já eram 22:30h e precisávamos jantar. Fomos mais uma vez ao Quartier Latin e escolhemos o restaurante suíço La Luge. Comemos uma fondue de queijo (14,90 €), uma raclete (13,00 €) e tomamos o vinho branco da casa (500ml) que era um chardonnay (13,00 €).



Chegamos ao hotel à 1h da manhã e fomos arrumar as malas, pois o nosso trem para Salzburgo partiria às 07:18h.

Deu tudo certo e às 02:45h programamos o despertador para 6h e conseguimos deitar para descansar um pouquinho.

Pelo menos aproveitamos Paris até o último minuto, e gravamos as imagens aéreas dessa cidade linda a partir de três locais diferentes nesse último dia.

FOTOS: Aloísio Dourado

Atualização abr/2019: chegamos a Paris e com imenso pesar vimos a Notre-Dame uma semana  após o incêndio. Muito triste…

Um comentário:

  1. Excelente relato e fotografias lindas! Para quem conhece Paris é uma excelente recordação e para quem quer conhecer um convite ilustrado perfeito. Parabéns!

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